Diário do Mercado na 2ª feira, 18.04.2016
O dia seguinte
O dia que sucedeu a aprovação da admissibilidade do pedido de Impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara foi marcado por elevada volatilidade, tanto na Bolsa de Valores quanto no mercado cambial.
O Ibovespa oscilou entre o verde e o vermelho e encerrou a sessão a 52.894 pontos, uma desvalorização de 0,63%.
Entre as maiores responsáveis pela queda de hoje, as ações da Petrobras reagiram à reunião dos produtores de petróleo ocorrida em Doha, no Qatar, neste final de semana, onde nenhum acordo para o congelamento da produção foi firmado e, por consequência, a cotação da commodity respondeu negativamente.
O contrato futuro de Brent para junho negociado na ICE caiu 0,44%, cotado a US$ 42,91/barril, enquanto o WTI para maio encerrou o dia com desvalorização de 1,44% na Nymex, cotado a US$ 39,78/barril.
Outros destaques de queda incluem Lojas Americanas, Gerdau, Cesp e BM&F Bovespa.
Na mão oposta, papéis de empresas exportadoras como Fibria, Suzano, Braskem e Vale – esta ainda beneficiada pelo aumento de mais de 2% na cotação do minério de ferro no porto de Quingdao – apreciaram-se na esteira da desvalorização do Real nesta segunda-feira.
A agenda doméstica de indicadores econômicos desta segunda feira traz, além de dados da balança comercial semanal, dados de inflação como o IPC-S (FGV) e segunda prévia do IGP-M, ambos vindo abaixo das estimativas do mercado. Estes indicadores trazem algum alento, e suportam a hipótese de provável redução de taxas de juros já a partir de julho deste ano, conforme nossa análise sobre o Relatório Focus.
Câmbio
O dólar comercial, embora tenha operado no território negativo no início da sessão, valorizou-se mais uma vez, pela atuação do Bacen no leilão de swap cambial reverso.
A divisa americana salta perante a moeda doméstica em 2,00%, finalizando a sessão de negociação cotada a R$ 3,6022. O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos mantém-se estável nesta segunda-feira, em 342 bps.
A curva dos contratos de DI futuro negociados na BM&F apresentou nova retração, com as taxas longas caindo aos menores patamares registrados nos últimos 8 meses, reduzindo a inclinação da curva ao menor nível desde julho de 2015.
Em um dia de poucos indicadores internacionais, destacamos as direções mistas tomadas por região.
Enquanto na Ásia os mercados na China e Japão encerraram com desvalorizações de respectivamente 1,44% e 3,40%, na Europa os mercados recuperaram-se após abertura em queda. Os índices FTSE de Londres, DAX de Frankfurt e CAC de Paris valorizam-se 0,15%, 0,68% e 0,26%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 18.04.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimento do BB INVESTIMENTOS.
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